No Brasil, 94% das jovens negras que se identificaram membros da comunidade LGBTQIAPN+ já enfrentaram preconceito na escola ou faculdade, revela a Pesquisa Diversidade Jovem do Espro. Essa é uma das conclusões alarmantes da segunda edição da Pesquisa Diversidade Jovem do Espro. Dessa forma, o estudo aborda desafios relacionados a etnia, orientação sexual e identidade de gênero e suas diversidades no mercado de trabalho, ambientes de ensino e espaços públicos.

Diversidade: Situações de Preconceito

Sobretudo o levantamento revela que 90% das jovens negras LGBTQIAPN+ enfrentaram preconceito no ambiente familiar, enquanto 88% relataram experiências negativas em serviços, locais públicos e ambientes coletivos como lojas, restaurantes e eventos. Além disso, 83% enfrentaram situações de discriminação em espaços religiosos, e 49% no ambiente de trabalho.

A pesquisa também destaca que 80% dessas jovens optaram por esconder ou omitir aspectos de sua diversidade no ambiente familiar, revelando um cenário desafiador. Na escola ou faculdade, esse número atinge 70%, no trabalho 55%, locais públicos 65% , lojas e espaços religiosos 69%, onsentiram a necessidade de esconder sua verdadeira identidade por receio.

Diversidade: Adolescentes e jovens LGBTQIAPN+

Para adolescentes e jovens LGBTQIAPN+, a realidade é desafiadora. No estudo, 31% se identificaram como parte da comunidade LGBTQIAPN+ (não cisheteronormativo), e mais da metade desses jovens (54%) enfrenta alta vulnerabilidade social. Nesse grupo específico, 92% afirmam ter experimentado preconceito na escola ou faculdade devido à sua diversidade, com 56% vivenciando isso frequentemente.

Em casa, a realidade não é diferente. Assim também, obtivemos o número alarmantes de que 89% já testemunharam ou foram alvo de preconceito, com metade desses jovens enfrentando isso repetidamente. Essa pressão leva 78% a esconderem ou omitirem sua diversidade diante da família, e 37% fazem isso de maneira sistemática. Os desafios se estendem também a ambientes externos, como transporte, consultórios, restaurantes e eventos, onde 88% enfrentam situações de preconceito constantes.

“ isso revela como a sociedade ainda limita a liberdade desses jovens, impedindo-os de viverem autenticamente sem preocupações com segurança e bem-estar social”, destaca Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.

Metodologia: Pesquisa de Diversidade e Perfil dos Entrevistados

A Pesquisa Diversidade Jovem 2023 entrevistou 2.738 adolescentes e jovens de 14 a 23 anos, aprendizes, estagiários e alunos do FMT do Espro. A coleta de dados foi de 1º de agosto a 07 de setembro de 2023, com 99% de confiabilidade, margem de erro de 2,3%, em famílias com renda média de até três salários mínimos (72%).

O questionário online com 29 perguntas foi respondido por jovens de 15 estados e do Distrito Federal. A maioria era de São Paulo (48%), seguido pelo Rio de Janeiro (12%), Pernambuco (10%) e Minas Gerais (9%). A média de idade dos participantes é de 19 anos. A maioria vive em lares com três ou quatro moradores (61%) e em famílias com uma renda média de até três salários mínimos (72%).

Dessa forma, a pesquisa visa traçar o perfil de diversidade dos participantes dos cursos e projetos do Espro, com uma estratégia de acolhimento, impacto social e ações específicas para reduzir desigualdades. 68% dos jovens ouviram comentários positivos de funcionários do Espro sobre diversidade, chegando a 78% entre jovens negras LGBTQIAPN+.

Alessandro Saade destaca a crescente conscientização das organizações sobre a importância de ambientes inclusivos e plurais, por responsabilidade social e pela sustentabilidade dos negócios. A diversidade traz a realidade do país, cultura e povo, promovendo uma conexão genuína com diversos públicos. Saade expressa satisfação com o progresso, mas destaca o desafio significativo.

Capacitar e desenvolver jovens é essencial para torná-los agentes transformadores da sociedade.