Entre os meses de maio e junho desse ano, a Corteva, multinacional americana que atua nos segmentos de sementes e proteção de cultivos, em parceria com o Espro realizou o Projeto Corteva que teve como objetivo capacitar profissionalmente 30 meninas negras, entre 17 e 22 anos, da região de Barueri – SP e fortalecer o desenvolvimento de grupos minorizados no mercado de trabalho.

A parceria que alcançou 80% de jovens formadas, do total de jovens atendidas, também resultou na empregabilidade de 42% da turma pela própria empresa parceira e realizadora do projeto.

Segundo o Índice de Vulnerabilidade Espro (IVE), que afere a vulnerabilidade individual e do núcleo familiar de adolescentes e jovens brasileiros, assim como, apoiar a triagem dos jovens selecionados, tanto no Programa de Socioaprendizagem como no FMT e demais cursos e programas do Espro; e serve de base para pesquisas de mensuração de impacto das ações do Espro, antes do início do curso:

  • 40% das jovens empregadas estavam em alta vulnerabilidade;
  • 60% das jovens empregadas estavam em média vulnerabilidade.

Com a oportunidade do primeiro emprego e seus salários, algumas das jovens e suas famílias chegaram a ter um aumento de 70 a 90% na renda per capta. Considerando todas as jovens empregadas, a média de aumento na renda per capta pós oportunidade de emprego foi de +52,9%.

No decorrer do projeto, as meninas tiveram acesso a algumas oficinas de convivência, propostas pelo Espro, que complementam a formação do jovem como cidadão e ser humano:

Oficina de Direitos Sociais

Abordamos a Lei da Aprendizagem trazendo os principais pontos assegurados pela lei como forma de enfrentar o trabalho infantil. O tema foi discutido já com um olhar para as próximas etapas que as jovens do Projeto Corteva, em formação para o mundo do trabalho, pode trilhar, mostrando a elas que nesse momento que as oportunidades são também parte do processo de desenvolvimento individual do jovem.
E por último, foi apresentado o equipamento CRAS (Centro de Referência Da Assistência Social), bem como os serviços e programas ofertados, evidenciando que para ter acesso aos benefícios citados, além dos critérios de elegibilidade, se faz necessário ter o Cadastro único (CadUnico), para fins de inclusão aos benefícios sociais.

Oficina Novo Ciclo

Durante a Oficina foram trazidas informações acerca da saúde íntima, cuidado e sustentabilidade. Iniciamos trazendo dados e exemplos referentes a Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos, além disso, foi apresentado aos jovens os resultados da pesquisa realiza com os aprendizes do Espro, com o objetivo de mensurar os conhecimentos dos jovens sobre menstruação, identificar quantos jovens menstruam e medir o impacto da pobreza menstrual no nosso público.

Posteriormente apresentamos a Dra. Mariana, idealizadora da INCICLO, bem como os tabus em relação a menstruarão, foram abordados os conceitos Binários e não Binários, Questão de Gênero, Identidade de gênero, Expressão de gênero, Orientação sexual e Sexo biológico.

Ainda dentro do contexto quebra de tabu, destacamos a menstruação como sendo um assunto para todos, para pessoas que menstruam e pessoas que não menstruam, bem como a importância de nos atentarmos aos números apresentados no slide, que trazem grande reflexo de impacto ambiental e financeiro a longo prazo, em relação ao uso de absorventes comuns.

Ao finalizar a Oficina, foi disponibilizado um formulário aos participantes que menstruam e a entrega gratuita de 20 coletores menstruais, possibilitando uma maior qualidade e acesso a formas de cuidado íntimo, além do impacto financeiro e ambiental, pelo não descarte recorrente de absorventes descartáveis.

O curso teve duração de 100 horas e 25 encontros presenciais de segunda a sexta-feira com conteúdos como ética, cidadania, diversidade, solidariedade e respeito, além do desenvolvimento das habilidades e atitudes mais demandadas pelas empresas. Ao final do projeto, as jovens visitaram à Corteva para a realização dos Treinamento In Company, onde participaram de palestras e discussões com os grupos de Diversidade e Inclusão da empresa, como o GAHA, grupo de afinidades voltado a pessoas negras e o DAWN, grupo de afinidades voltado para pessoas com deficiência. Suas famílias e comunidades também foram impactadas através da aplicação de oficina voltada para o fortalecimento do vínculo familiar e comunitário e da oficina para geração de renda e empreendedorismo.