
Novembro Negro: um mês de ações focadas na conscientização e combate ao racismo
26.10.2023 às 15h41
Jovem aprendiz Espro, prepare-se! O novo mês promete muito conhecimento e aprendizado.
Novembro está chegando, você sabia que uma das campanhas de destaque do mês de novembro traz a importância de combatermos a violência racial e sermos antirracistas?
Nesse mês o dia 20 é definido como o Dia Nacional de Zumbi, líder de um dos maiores quilombos brasileiros em período colonial, e da Consciência Negra. Reconhecida como feriado em algumas localidades do país, essa é uma data que tem como objetivo celebrar e evidenciar a luta e resistência da população negra ao longo da história do Brasil até os dias atuais, abrindo espaço para promovermos a conscientização sobre a importância da igualdade racial, equidade, diversidade, e respeito às diferenças.
Aqui no Espro as ações sobre o novembro negro iniciam em 1º de novembro e acontecem durante todo o mês impactando você e, mais 7 mil jovens do programa de aprendizagem, que estão nas unidades espalhadas por todo Brasil.
Como será o Novembro Negro no Espro?
Palestras, rodas de conversa, exibição de material audiovisual, atividades artísticas, etc, farão parte das atividades teóricas desse mês junto ao time Espro e convidados especiais para falar sobre ações antirracistas, racismo, preconceito, discriminação racial e as desigualdades sociais, como também, dialogar sobre autores, pensadores, principais figuras públicas e políticas, e produtos da cultura e arte da população negra, como livros, filmes, séries, músicas, dança entre outros.
Você com certeza conhece o Emicida, curte seu som e ouviu ou assistiu o álbum e documentário AmarElo, mas você sabia que houve um motivo na escolha do Theatro Municipal para realização do show e gravação do documentário? O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão e mesmo após a abolição a população negra continuou as margens da sociedade, com direitos básicos como moradia, alimentação, acesso a saúde, educação e trabalho precarizados e a implementação de leis que tornavam a cultura negra, por exemplo o samba, um crime, consequentemente sendo excluídos de lugares como o Theatro, que foram construídos pelo trabalho dos seus pais, avós, bisavós, entre outras gerações.
Além disso, mais da metade, 56%, da população brasileira é negra, porém quando falamos de representação em espaços de poder sejam eles políticos, públicos ou privados, o dado não é o mesmo e a população acaba por ser a mais atingida pela violência, o desemprego, a baixa escolaridade e a falta de representatividade.
Por que é tão importante que você participe dessa ação antirracista?
Você já refletiu que durante a sua infância você quase não assistia a filmes animados, por exemplo, com princesas e super heróis negros? Que não tinha pessoas negras em pódios de muitas modalidades de jogos e competições? E já observou as discussões nas redes sociais quando são relançados filmes com protagonistas negros?
O site de notícias G1, divulgou que de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, só em 2022 foram quase 2.500 casos de crimes de preconceito de raça ou de cor, um aumento de mais de 50% quando comparado a 2021.
Para mudar esse cenário, é necessário que você tenha atitudes antirracistas, que você esteja preparado e consuma cada vez mais conteúdos que possam te guiar para agir de forma correta e possibilitar que você compartilhe e estimule outras pessoas do seu ciclo de amigos a somarem na causa.
Mas e a diversidade no Espro?
Anualmente o Espro realiza a Pesquisa de Diversidade Jovens para compreender o perfil e conhecer os jovens ativos nos programas de educação e transformação, e criar estratégias realizáveis de impacto e inclusão social. Neste ano, 54% dos jovens participantes da Pesquisa entre os meses de agosto e setembro, foram jovens pretos e pardos, com idade média de 18 anos. Além disso, 29% são LGBTQIAP+, 27% não héteros e 5% não CIS.
As juventudes do Espro, mostrou nesta edição o quanto está engajada com temas sobre diversidade e pluralidade e tem buscando cada vez mais informações para transformar as suas realidades nos ambientes de estudo, trabalho e convivência social.
Se liga em alguns dos principais dados:
- 82% dos jovens Espro conhecem (muito ou o suficiente) sobre o tema de etnia e raça;
- 72% dos jovens Espro já ouviram (sempre ou muitas vezes) outros colegas defendendo a diversidade e pessoas plurais;
- 81% dos jovens negros estão conversando sobre diversidade nas escolas ou faculdades;
- 85% dos jovens se sentem bem em trabalhar com pessoas diferentes deles;
- 81% dos jovens procuram entender mais sobre pessoas diferentes para romper com seus preconceitos.
Como ter atitudes e ser antirracista?
Você com certeza já ouviu ou leu em algum lugar que o racismo no Brasil é um problema estrutural? Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que o racismo é algo que está enraizado na cultura brasileira devido a pre conceitos e estereótipos criados há gerações e que ainda no dia de hoje são reproduzidos.
E você talvez esteja se perguntando como mudar, por onde começar? Aqui vão algumas dicas de como você pode ter atitudes positivas e ser uma pessoa antirracista.
- Retire do seu dia a dia palavras, termos e expressões racistas
Acesse o material “Vamos repensar nosso vocabulário? RACISMO SUTIL” e veja outras palavras e expressões que você não deve reproduzir.
- Leia autores negros
Aqui vai uma lista, já tira um print!
- Pequeno Manual Antirracista da Djamila Ribeiro
- O quarto de Despejo – Diário de uma favelada da Carolina Maria de Jesus
- Olhos D’ Água da Conceição Evaristo
- O Avesso da pele de Jefferson Tenório
- Assista filmes, séries e documentários produzidos por pessoas negras, com protagonistas negros ou que abordem o racismo
- AmarElo “É tudo pra ontem” do Emicida
- Filme Entre os muros da escola
- Filme Escritores da liberdade
- Filme Corra
- Série Olhos que condenam
- Série A vida e a História de Madam C.J. Walker
- Filme Jogada de Rei
- Ouça podcasts que te informem sobre história e o Brasil atual
Projeto Querino, dê o play enquanto você faz o seu trajeto.
- Faça cursos gratuitos sobre letramento racial
A ONG MOVER tem um curso rápido, gratuito e em formato de game para você aprender de forma leve e descontraída. Acesse aqui!
- Reflita sobre seus privilégios;
- Apoie ações afirmativas;
- Repense sobre seus sentimentos e atitudes;
- Combate a violência racial;
- Não se omita, racismo é crime. Quando presenciar atitudes racistas, denuncie.
Vale lembrar que a busca por informação e o combate ao racismo deve ser colocada em prática sempre, independente do mês ou data a ser celebrada.
A lei a favor do combate à discriminação e preconceito racial
A Lei 7.716 criada em 1989 tem como objetivo punir os crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Atualmente, no Brasil, o crime de injúria racial é inafiançável, ou seja, a pessoa que o cometer não poderá mais pagar um valor para não ficar presa e responder em liberdade, além de ser imprescritível, isso significa que ao ser denunciada, mesmo que o crime tenha anos, a pessoas poderá ser investigada e responsabilizada conforme lei.
Denuncie
Você sabia que dos jovens respondentes da última edição da Pesquisa de Diversidade Espro mais de 80% dos jovens já presenciaram diferentes situações de preconceito em escolas, faculdade?
Um número que nos alerta o quanto é importante agir, mas agir com segurança e responsabilidade.
Se você vivenciou ou presenciou alguma situação de racismo nos ambientes em que você realiza suas atividades do programa de jovem aprendiz do Espro, não deixe de buscar por ajuda e fazer a sua denúncia. Essa é uma atitude importante para contribuir com o combate à discriminação e preconceito racial.
Aqui no Espro, temos o Canal Espro Ético, um ambiente externo e independente do Espro, administrado pela Iaux Brasil em que você pode realizar sua denúncia de forma identificada ou anônima, caso se sinta mais à vontade, e de forma responsável e segura.
O Canal Espro Ético está disponível 24 horas por dia, 07 dias por semana exclusivamente pela internet, acesse aqui.
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