No dia 5 de novembro, o Espro, em parceria com a VOCÊ RH, reuniu mais de 100 profissionais, gestores e executivos de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas para discutir o futuro do trabalho e as novas dinâmicas do mundo corporativo.

A edição Conexão com o Mercado do programa Espro em Movimento teve como tema “O trabalho que ainda não existe, mas já tem dono”, convidando o público a refletir sobre as transformações que estão redesenhando o emprego, a liderança e a cultura organizacional.

Com nove painéis e talks, o evento se consolidou como um verdadeiro hub de conhecimento e inovação, reunindo especialistas de referência e lideranças inspiradoras que compartilharam insights sobre tecnologia, inclusão, juventude e propósito.

O futuro já chegou: novos papéis, novas mentes

A abertura contou com o painel “O trabalho que ainda não existe, mas já tem dono”, com Tauana Lelis (Team Upp) e Raúl Javales Jr (Strategy & Innovation Executive). O debate mostrou como jovens profissionais já ocupam espaços em sustentabilidade, tecnologia e economia criativa, áreas que muitas empresas ainda nem sabem nomear. A conversa destacou que a inovação não espera organogramas: os profissionais do futuro estão sendo formados hoje, nas intersecções entre tecnologia, criatividade e propósito.

Em seguida, Emerson Feliciano, executivo e especialista em Diversidade e Inclusão, comandou o talk “O Futuro da Liderança Negra”, propondo uma reflexão sobre representatividade e protagonismo no ambiente corporativo. Ele destacou a importância de intencionalidade nas estratégias de D&I e defendeu que o futuro passa por lideranças negras que tragam novas perspectivas e fortaleçam culturas de pertencimento.

“Não basta abrir a porta, tem que garantir que a pessoa tenha a chave para entrar e o mapa para navegar.” Emerson Feliciano

Emerson, reforçou que inclusão é estratégia de negócio, e não apenas pauta social, e que empresas diversas tendem a ser mais inovadoras e conectadas à realidade do país.

O painel “Do TikTok ao escritório: a cultura jovem como laboratório de inovação”, com Leo Caparroz (VOCÊ S/A) e Alexandre Inagaki (Ministério da Saúde), explorou como a criatividade digital da juventude vem moldando novas formas de consumo, gestão e comunicação. Em uma análise provocadora, os palestrantes mostraram que o comportamento dos jovens nas redes antecipam movimentos e tendências que já começam a redefinir a cultura organizacional das empresas.

Tecnologia, impacto e liderança inquieta

A tecnologia também teve destaque.  Em “Reprogramando o RH para a Era da Inteligência Artificial”, Bruno Peres abordou o uso da IA como ferramenta estratégica para reinventar processos de recrutamento, engajamento e inclusão, desafiando o RH a ser mais humano em meio à automação.

Juventudes plurais e rebeldia como motor de inovação

Na segunda parte do evento, os debates se voltaram para inclusão, comportamento e propósito.

O talk “De Jovem Aprendiz a Líder de Impacto”, com Alice Gomes (OpenEdu e embaixadora Espro), trouxe uma narrativa inspiradora sobre como inquietação e propósito podem transformar oportunidades em liderança com significado.  A jovem líder compartilhou sua trajetória, do programa Jovem Aprendiz à fundação de sua própria empresa, e defendeu que a inquietação é o motor da inovação.

“O Jovem Aprendiz não é só um programa de primeiro emprego, é uma escola de vida, onde a gente aprende a questionar, a buscar soluções e a entender o nosso papel na sociedade.” Alice Gomes

Quebrando preconceitos do recrutamento jovem

No painel com Paulo Exel (Rooby HR) e Isis Borge (Talenses Group), a conversa trouxe uma reflexão sobre como os processos de recrutamento precisam se reinventar para acompanhar a nova realidade do trabalho. Exel defendeu uma seleção mais humana e baseada em repertório e experiências reais, e não apenas em certificados. Isis destacou que a liderança é um comportamento que antecede o cargo, reforçando que o potencial deve ser reconhecido antes da formalidade.

“As pessoas muitas vezes agem como líderes sem necessariamente precisar ter o cargo.” Isis Borge

No talk múltiplas Juventudes, múltiplos futuros de Janaína Oliveira, gerente de operações do Instituto Coca-Cola Brasil, a pluralidade das juventudes foi o ponto de partida.  Ela defendeu que não existe “o jovem”, mas sim “as juventudes”, cada uma com contextos e necessidades distintas, e que essa diversidade deve ser vista como ativo estratégico.

“A inclusão não é só uma questão de justiça social, é uma estratégia de negócio.” Janaína Oliveira

A palestra reforçou que inovação nasce do encontro de perspectivas diferentes, e que o verdadeiro desafio das empresas é criar ambientes de pertencimento e autenticidade.

Em “Rebeldia como ativo”, Sheila Ceglio (Pfizer) e Carlos Henrique de Lima (Instituto Reciclar) defenderam a ideia de que a rebeldia criativa dos jovens é uma força de transformação corporativa, capaz de provocar mudanças e inspirar novas formas de liderança.

Ambos destacaram que as empresas precisam valorizar o olhar crítico e provocador das novas gerações, transformando-o em combustível para inovação e transformação cultural.

“É um grande desafio para grandes corporações, porque a gente ainda está engessado em processos do passado.” Sheila Ceglio

“Não é o cargo que define o líder, mas a capacidade de engajar e inspirar pessoas.” Carlos Henrique de Lima

Encerrando a programação, Larissa Santana, fundadora da CALOR | Escola de Comunicação, trouxe uma reflexão poderosa sobre a comunicação como habilidade essencial para a liderança e o sucesso profissional.

“A comunicação é o veículo de todas as outras habilidades. […] A escuta empática é a base para construir relações de confiança.” Larissa Santana

Larissa destacou que a vulnerabilidade e a autenticidade são diferenciais que constroem conexões genuínas e credibilidade, especialmente em tempos de sobrecarga de informação e discurso automático.

Um evento que conecta, provoca e transforma

O Espro em Movimento | Conexão com o Mercado reafirmou o papel do Espro como plataforma de conexão entre empresas, especialistas e jovens talentos, promovendo diálogo, inspiração e ação. Mais do que um encontro corporativo, o evento foi um hub de conhecimento sobre o futuro do trabalho, onde tendências, experiências e ideias se cruzaram para desenhar os caminhos de uma gestão de pessoas mais inclusiva, inovadora e consciente.