Poucas situações da vida são tão satisfatórias e genuínas quanto o sorriso de uma criança. Agora imagine quando alguém consegue extrair uma expressão de felicidade de quem é tão jovem e já enfrenta tratamento contra o câncer. Oito aprendizes do Espro tiveram essa sensação, após participarem como voluntários, no dia 06/07, de uma festa julina na Casa de Apoio Vida Divina, na região de Ermelino Matarazzo (zona leste de São Paulo).

Há 22 anos em atividade, a instituição acolhe crianças e adolescentes com câncer de outros estados, que buscam o tratamento oncológico na capital paulista. Desde a fundação, a entidade atendeu mais de 500 famílias de todo o Brasil, com objetivo de oferecer condições para um tratamento digno, por meio de amor e esperança que dão a confiança de que essa luta será vencida ao fim desses obstáculos.

Diante disso, a festa teve como maior objetivo de alegrar e dar uma atenção especial à garotada em meio a esse desafio tão precoce, a fim de fazê-la sair da rotina de se deslocar da casa para o hospital e vice-versa. Ao lado dos filhos, os pais também foram beneficiados, ao verem expressões de felicidade e perceberem que não estão sozinhos nessa luta.

Fazer a diferença – Graças à iniciativa, somada às doações de colaboradores do Espro e de toda a ajuda da comunidade, houve a arrecadação de alimentos, produtos descartáveis, brinquedos e toda a estrutura para marcar o dia da garotada. “Sempre gostei de criança e isso foi um motivo a mais para ajudar e alegrá-las. Teve uma que ficou três horas no pula-pula”, lembrou o aprendiz em serviços administrativos, Elian Duarte Araújo, 16 anos.

Também aprendiz na mesma função no Espro, Larissa Jennifer Gonçalves Santos, 18 anos, passou a ter conhecimento da Casa de Apoio Vida Divina por intermédio de uma amiga, voluntária da ONG (Organização Não-Governamental), e se interessou pela causa. Dessa forma, surgiu a ideia entre o grupo de aprendizes de conhecer a instituição, além de entender a rotina das crianças e dos pais que se instalaram no local.

No entanto, ao invés de expressões tristes, os adolescentes e jovens viram uma garotada feliz, brincalhona, que por meio da inocência, não se permitia perder a infância, enquanto luta contra câncer. Então tanto a convivência inicial com as crianças como a realização da festa julina mudaram a vida dos aprendizes, que agora querem ainda mais fazer a diferença na vida de quem mais precisa.

Para Larissa, é possível avaliá-la antes e depois dessa experiência, que, segundo ela, tornou-a mais madura e disposta a participar de novos trabalhos voluntários. “Quando percebemos que reclamamos da vida, enquanto há pessoas em situação pior, a gente passa a mudar. Esse lado de reclamar da minha vida não tem mais em mim. Por isso, agora quero continuar ajudando os outros”, explicou.