Quando falamos sobre a contratação de jovens no mundo do trabalho, dois programas que fazem parte da Trilha de Formação aqui no Espro sempre aparecem em destaque: Jovem Aprendiz e Estágio. Mas apesar de serem iniciativas diferentes, muitas empresas ainda acreditam que basta ter um dos dois em sua estrutura ou cumprir o percentual determinado por lei.

Na prática, essa visão pode limitar os ganhos da organização e do próprio jovem, porque cada modelo tem um papel único dentro da jornada profissional. Entender essa diferença é essencial para criar um ecossistema saudável de desenvolvimento e atração de talentos, inovação e fortalecimento da cultura da empresa.

Diferença entre Jovem Aprendiz e Estagiário: muito além da idade e da escolaridade

É comum encontrar comparações superficiais que resumem o jovem aprendiz como alguém de 14 a 24 anos, em fase de ensino fundamental ou médio, e o estagiário como universitário em formação. Embora isso seja verdade, é apenas uma das características que descrevem os profissionais.
O que realmente diferencia os dois está no objetivo da lei e da experiência:

Jovem Aprendiz: O Programa de Aprendizagem é regido pela Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000) e tem caráter formativo e inclusivo. Seu foco é inserir adolescentes e jovens no mundo do trabalho, combinando a prática na empresa com formação teórica em uma instituição parceira.

Em 2025, o programa de aprendizagem bateu o recorde de quase 700 mil contratos ativos, ou seja, jovens no mundo do trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho, fortalecendo a inclusão produtiva e combate ao trabalho infantil.

Estagiário: Já o estágio é regulamentado pela Lei nº 11.788/2008, e seu caráter é educativo-profissionalizante. Ele é um complemento direto da formação acadêmica e serve como ponte entre a teoria da sala de aula e a prática no mundo corporativo.

Ou seja: enquanto o aprendiz é iniciado no mundo do trabalho, muitas vezes em sua primeira experiência, o estagiário já traz um repertório acadêmico e busca aplicar seus conhecimentos em um ambiente real.

O que diz a lei

AprendizEstagiário
Tem vínculo empregatício na carteira de trabalhoTem contrato com a empresa que não é vinculado a carteira de trabalho
Seu contrato pode durar no máximo 2 anos na mesma empresaSeu contrato pode durar no máximo 2 anos na mesma empresa
Tem acesso a todos os direitos trabalhistas (13º salário, férias, FGTS, INSS, etc.)Tem acesso a bolsa auxílio e vale-transporte, mas a empresa pode acrescentar outros benefícios
e ter entre 14 e 24 anos, cursando ou concluído o ensino médioA partir de 16 anos cursando o ensino superior
Aprende como funciona o mundo do trabalho a partir de atividades de baixa complexidade na empresa, e faz curso complementarAplica de forma prática a teoria aprendida na faculdade
Tem quantidade permitida em cada empresa! Mínimo de 5% e, no máximo, 15% de aprendizes em relação ao total de seus funcionáriosPode ou não ter quantidade máxima por empresa. Em caso de estagiário no ensino superior não tem limites, mas para estagiário no ensino médio é permitido 1 estagiário a cada 5 colaboradores CLT
Pode ser contratado pela própria empresa  ou por entidades que prestam assistência a jovens, oferecem formação e  acompanham o jovem no mundo do trabalhoPode ser contratado pela própria empresa  ou por agentes integradores, que são instituições que cuidam de toda  a parte administrativa e burocrática e conecta a vaga ao estudante.

Por que um não substitui o outro?

Ter apenas aprendizes ou apenas estagiários pode gerar um desequilíbrio dentro da empresa. Isso porque cada perfil atende a demandas diferentes:

O Jovem Aprendiz ajuda a empresa a cumprir seu papel social, promove inclusão e diversidade, fortalece a cultura de formação de talentos desde cedo e auxilia em atividades de rotina, garantindo aprendizado progressivo.
O Estagiário contribui em projetos que exigem mais maturidade acadêmica, senso analítico e visão crítica. Ele está em um estágio da vida em que consegue propor soluções inovadoras e aplicar técnicas aprendidas em cursos técnicos ou universitários.

Portanto, não é uma questão de escolher entre um ou outro. É entender que ambos se complementam e possibilitam a evolução contínuo de talentos: do primeiro contato com o mundo do trabalho até o desenvolvimento de jovens profissionais qualificados para cargos mais complexos.

O impacto de ter aprendizes e estagiários na companhia

Quando uma empresa investe em aprendizes e estagiários, ela colhe benefícios em diferentes camadas:

  • Cultura organizacional: promove diversidade, inclusão e inovação ao reunir jovens em diferentes momentos de vida.
  • Retenção de talentos: cria uma trilha natural de evolução (aprendiz → estágio → efetivação), aumentando a chance de reter profissionais que já conhecem a empresa. Além disso, quando a empresa aposta em jovens desde o início de sua jornada profissional, ela constrói uma trilha clara de evolução interna. O aprendiz que se destaca pode se tornar estagiário, o estagiário pode ser efetivado como assistente ou analista, e, com o tempo, pode crescer para posições de coordenação, gerência e até liderança estratégica. Esse caminho gera engajamento, sentimento de pertencimento e reduz custos de turnover, já que o profissional evolui dentro de um ambiente que conhece e com o qual já tem afinidade.

De acordo com dados da Abres (Associação Brasileira de Estágios), cerca de 50% dos estagiários são efetivados ao final do contrato, e o índice também é expressivo entre jovens aprendizes. No Espro, segundo a Pesquisa de Empregabilidade Espro 2024, 30% dos aprendizes foram efetivados na mesma empresa após o Programa de Aprendizagem e 93% seguem trabalhando e/ou estudando após o Programa.

Isso mostra que programas bem estruturados geram resultados concretos em retenção e desenvolvimento de carreira, além de capacitar o jovem para que ele também possa se recolocar no mercado de trabalho e dar continuidade a sua carreira

  • Responsabilidade social e reputação: cumprir a lei de aprendizagem e oferece oportunidades de estágio fortalecendo a imagem da marca empregadora.
  • Produtividade e inovação: aprendizes apoiam atividades operacionais enquanto estagiários assumem desafios técnicos e criativos, ampliando a eficiência da equipe.

A dúvida entre contratar aprendizes ou estagiários é comum, mas a resposta é simples: sua empresa precisa dos dois. Ao oferecer espaço para ambos, você constrói uma escada de oportunidades que vai muito além de cumprir cotas ou formalidades legais.

É sobre formar cidadãos, preparar talentos e garantir que o futuro do mercado de trabalho seja mais diverso, qualificado e justo.

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